sábado, 18 de julho de 2009

Acerca da luta por uma sociedade livre dos preconceitos de gênero, rumo ao XII Congresso do PcdoB.


Na pagina 9 do Caderno de Teses ponto 70-O avanço da emancipação das mulheres é uma condição para o progresso social. No Brasil, elas têm papel fundamental na organização da vida social. É necessário aproveitar esse imenso potencial, relativamente adormecido, mas que sustenta a acumulação capitalista, para canalizar suas energias plenas no desenvolvimento do país. A emancipação das mulheres é obra da luta em primeiro lugar delas próprias. Entretanto, a luta pela transformação nas relações entre gêneros e pela igualdade de direitos, na lei e na vida, pelo reconhecimento do papel das mulheres em pé de igualdade integral com os homens é uma obra que requer o empenho do conjunto da sociedade.

A emancipação da mulher que, em nosso país representa 50% da população, não se figura dentro do caderno de teses, como fator primordial na construção da sociedade socialista.

O ranço da educação capitalista, na qual todos fomos criados, nos leva a ignorar, de maneira inconsciente, a representatividade do papel feminino na História do Brasil. Senão, vejamos na pagina 5. do Caderno de Teses que diz:

25- quando nos referimos à independência formal do Brasil (e a divida de Portugal para com a Inglaterra?), não mencionamos o nome de Dona Leopoldina, figura importante naquele processo, ao lado de José Bonifácio.

Aqui vai uma critica aos livros didáticos que não dão o devido valor ao papel intelectual, dessa mulher, comprometida com as idéias libertárias de seu tempo.

Conjuração Mineira: por favor, Inconfidência à Rainha Louca Maria I, não! Onde estão as importantes personagens femininas deste processo?

“Revolta dos Malês”, muçulmana luta em nosso país, não é lembrada assim como a liderança extraordinária de Luísa Mahin, mãe de Luís Gama (Abolicionista).

“Abolição”, “Palmares”, “Semana de Arte Moderna”, década de 30... e por aí vai.

Estamos, nas citações de nossa tese, referendando somente nomes masculinos de nossa história, submissos à versão oficial, oriunda das classes exploradora. Esquecemos que hoje em dia, a maiorias das famílias é comandada por valorosas mulheres que cumprem, não raro, a dupla jornada (dentro e fora de casa).

Temos um compromisso primordial com nossos ideais socialistas, adotando uma posição crítica diante do modelo de discriminação étnica e de gênero, que nos impingiram a partir de 1500. Citam-se as figuras masculinas; omitem-se as femininas.

Á luta, toda uma tarefa gigantesce nos espera!

Heloisa da Silva Vieira

Membro do Comitê Municipal do PCdoB - RJ

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